quarta-feira, 21 de novembro de 2012

EXCELENTES REFLEXÕES!!!

Novembro Negro e Reparação

21/11/2012
 
Olá, pessoal!
Mês de tratar da importância da pessoa afro-descendente. É quando mais se refere às questões como: cotas, reparação, preconceitos, identidades e orgulho dos negros e pardos no Brasil. A reflexão proposta neste espaço diz respeito ao termo reparação. Há que se compensar os brasileiros afro-descendentes? Claro que sim!. É claro também que muitos ainda discordam. A reparação se faz necessária quando algo foi feito de forma equivocada e produziu efeitos danosos a outrem. Danos como a escravidão de qualquer ser humano é irreparável. Não há como voltar no tempo.
O que não pode é continuar fingindo que o que passou, passou e pronto! Pensar e agir assim, seria o mesmo que naturalizar a forma que negros e negras desumanamente foram explorados/as e descartados/as. Equivaleria também, a aceitar o processo de construção social e cultural como uma entidade neutra, apolítica isenta de quaisquer responsabilidades para com o semelhante em qualquer tempo e lugar.
Longe de pretender justificar as atrocidades contra essa etnia, convém sinalizar que a escravidão ocorreu num contexto histórico, em que a suposta superioridade de um/a humano/a sobre os/as demais era perfeitamente “natural.” Até o período colonial, a ciência desconsiderava que os/as negros/as fossem humanos/as, tivessem inteligência ou capacidade de aprender. No entanto, situando-se historicamente é possível compreender que era essa a lente que os seres humanos tinham para enxergar a realidade naquele tempo, era esse o pensamento predominante e, infelizmente, socialmente aceitável.
Parece óbvio então que a conveniência econômica era o que mais contava para que a servidão tivesse continuidade e durasse praticamente quatrocentos anos no Brasil. Foi necessário muita resistência e luta de mulheres e homens negros ou não, para que se criassem leis que podem reduzir essas desumanidades e contribuem para o despertar da consciência que todas as etnias são parte da natureza humana com todas as diferenças e singularidades.
Neste sentido, leis e punições para crimes de racismo, podem servir para evitar a necessidade de reparação. As políticas públicas para educação saúde e segurança, habitação, alimentação, lazer e outras, podem ser formas compensatórias que a médio e longo prazos, trazem benefícios a todos os/as cidadãos/ãs indistintamente.
Compreendendo a educação como um direito e não um privilégio, como dizia Anísio Teixeira, ela está longe de salvar uma sociedade, como já se acreditou. No entanto, é uma atividade de grande valia quando re refere, não somente à reparação, mas principalmente, à prevenção de desigualdades sociais. Se não salva, pode abrir espaço para a equidade de oportunidades, evitando assim, a necessidade de compensação. O atendimento educação infantil pública se disponibilizada desde a mais tenra idade pode ser uma forma de prevenir a reparação. E é claro, deve ser realizada em escola com infraestrutura adequada, profissionais formados e qualificados assegurando assim, uma direito inalienável, indispensável à crianças brasileiras, negras ou não. De acordo com a Unicef , crianças que tiveram acesso a essa modalidade de educação conquistam benefícios para a vida inteira. Por fim, se bem educar, será preciso reparar?
 
Elzeni Bahia Góis de Souza
Professora da Rede estadual de Ensino – Colaboradora da Rede Anísio Teixeira.

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